Pousada Copacabana, 28 de fevereiro de 2010, 16 hs

Pousada Copacabana, 28 de fevereiro de 2010, 16hs

Assim como em outras coisas, tenho uma relação extremamente instável com o jornalismo. Por conta de minha opção profissional - por si só,  estressante - vira e mexe, tenho que matar o jornalismo dentro de mim. Às vezes, e na maioria delas, a vontade de entrar no mundo dos fatos e das notícias me inebria.

Nessas idas e vindas, tive o prazer de conhecer Eduardo. Primeiro, e logicamente, conheci o jornalista, a coluna, o homem dono de um estilo inconfundível e fascinante. Aguçava-me a curiosidade saber quem era aquele 'cara' que escrevia a coluna "Política, Gente, Poder". Quem era aquele cara que escrevia com óculos, sem óculos, de binóculos e sem os mesmos. Quem era aquele "soldado raso do jornalismo político neste planeta cacau", de quem muitas pessoas diziam ser a primeira leitura da manhã.

Depois, tive a satisafação de conhecer o homem, o pai, o marido atencioso e cavalheiro, o amigo que se fazia de muitos anos em poucas horas. Com a mesma elegância, Eduardo fazia ganhar ou estragar o dia de muita gente. Ou as duas coisas e às vezes, no mesmo dia. Batia, batia e batia e por final, acarinhava afavelmente.

Temos bons jornalistas. E tinhamos o Eduardo com as suas 'anunciações'. Sua forma de escrever vinha com cpf e rg. Na leitura do primeiro parágrafo, já se afirmava: foi Eduardo! Felizes daqueles que foram fitados pelos óculos e pelos binóculos do Edu. Tiveram a sorte de preencherem a coluna mais lida e mais esperada do dia. Tiveram a sorte de serem apreciadas e avaliadas pelo 'mestre das anunciações'

Eduardo gostava de escrever na Pousada Copacabana, ali na praia do Sul, perto do Cantinho Mineiro. Da Princesinha do Sul, soltava seus petardos que vinham quase sempre na direção de Itabuna, o palco principal de suas atenções. Gostava de bebericar e do famigerado cigarro. Mas, de todos os seus vícios, o maior e o que lhe movia, restou disparado o jornalismo.

Este o projetou, o consagrou, o eternizou. Perdemos o "Gaguinho", ficamos órfãos, mas a vida ganhou uma lição de honradez e amor pelo trabalho.

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