"Rala a 'tcheca' no chão".

Tem gente que precisa criar uma polêmica (idiota, diga-se de passagem) pra chamar atenção de alguma forma. Durante os festivos momescos surgiu a polêmica com a música "Lobo mau". Tatau, cantor de axé music, disse que se recusaria a cantar a tal música porque segundo ele, a música incentivaria a pedofilia, não combinando com a figura de garoto propaganda da campanha do Ministério Público da Bahia contra pedofilia.

Sabe de uma coisa: eu acho isso uma verdadeira besteirada (e aqui fala o profissional de direito, ataunte na áera criminal). A música é uma alegre brincadeira. Uma versão bem-humorada de uma das mais famosas estórias infantis, onde a personagem 'Chapeuzinho Vermelho' vai visitar a 'Vovó' e acaba sendo comida (comer, alimentar-se, ingerir alimento) pelo Lobo Mau.

Dizer que essa música incentiva a pedofilia é a mesma coisa de dizer que o "Vou apertar, mas não vou acender agora", do saudoso Malandro Bezerra da Silva, incentiva fumar o 'back'. Ninguém aí vai sair molestando criança por causa da brincadeira do carnaval. O pedófilo é pedófilo porque ou é um descarado, ou possuidor de algum tipo de frustração sexual. E não vai ser a estória da "Chapeuzinho Vermelho" musicada que vai insulflar o que já ocorre há tempos e só agora vem chamar atenção de artista.

O problema é que a pedofilia está na "moda" (entenda-se, a imprensa explora este assunto à exaustão). E qualquer insinuação que 'lembre' algo relacionado a este crime gera uma repugnância ensaiada e automática. O crime de estupro contra menor ganhou um tratamento mais severo no ano de 2009. E de lá pra cá os casos só vem aumentando, até porque a lei também pune quem possua fotos pornográficas de crianças e adolescentes. Daí, esse reboliço todo com o inocente "Lobo Mau".

O que falar então dessa tal "Rala a 'tcheca' no chão", e as músicas daquele grupo de arrocha Trio da Huanna? "Anda de bicicletinha aparecendo a calcinha", "Chão, chão, xoxota no chão", >"Mala, malinha e maleta, bolsa, bolsinha e ..." Essas fazem pior que qualquer outra: além de tornarem as crianças vulgares desde cedo, tendem a contaminar o gosto musical de toda uma geração, como já ocorre com a que temos aí.

Tem coisa muito mais vulgar por aí que deveria ser objeto não de polêmica, mas sim de "multa e apreensão do veículo".

A música é alegre, engraçada e em nada, lembra pedofilia. O que dizer de incentivar.


Nota do blog: mas vai perder pro "Reboletion".

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