Atari: o início do fim.

Por Alex Venícius

Coincidentemente, hoje, estive em dois lugares diferentes, com pessoas diferentes e o papo foi extremamente parecido: as coisas da infância. E aí rolou toda aquela nostalgia em relembrar aquelas velhas brincadeiras que nesses tempos modernos estão, infelizmente e fatidicamente, condenadas ao mais puro esquecimento.

Bandeirinha, baleado, brincar de se esconder, bobinho, caiu no poço (ôôôôpaaa!!), eram brincadeiras que colocavam a galerinha para viver a infância no seu mais fiel significado: o descompromisso, a roupa suja, a canela ralada. E era todo santo dia. Se a mãe do 'minino' não reclamasse, tinha nego que só voltava pra casa às tantas da madrugada.

E eis que surge o "Atari" e a coisa começou a mudar. Meados da década de 80, o "Atari" foi uma revolução na vida de nós, hoje os tios 'trintões'. Era rolar um Atari ligado que o pique-esconde já mornava. Era briga pra quem ia pra casa de fulano ou beltrano pra disputar aquela partida de "River Raid", "Enduro", "Pac-man", "Submarino" e tantos outros. Infeliz daquele que fosse 'de mal' do guri que fosse o dono do Atari. Ficava numa tristeza, coitado.

E nesse ritmo, os jogos foram cada vez mais se aperfeiçoando, e aquelas brincadeiras dignas de qualquer infância feliz, hoje parecem coisas de crianças do período Paleolítico.

Depois do Atari foram tantos 'video games' que surgiram, que de nome eu só sei citar o 'Nintendo', parece que rolou um tal de 'Super Nintendo' e estamos na era do 'Play Station', que já está em sua, salvo engano, terceira edição.

E não foi só a (falta de) tecnologia que marcou a infância de nós, 'tiozões'. Levante a primeira pedra quem nunca 'amarrou' a mesada e ficava comendo pão seco com aquela 'tora' de mortadela com uma garrafona de Tubaína pra empurrar tudo goela abaixo? Vai ver se esses 'minino' de hoje vão fazer isso! O negócio é 'Bob's', 'MacDonalds'. Sanduíche e pizza era negócio de festa de aniversário, Ave Maria!

Pois é, o começo do fim daquela velha infância (opa, Tribalistas), e dessa neurose de Orkut, Facebook, MSN, Wii, X-Box, chama-se Atari. Um joguinho (hoje) meio tosco que de forma sutil e vagarosa foi matando "a coisa linda em a gente ser criança", e hoje deixam os versos do poeta mais acesos e saudosos do que nunca.

"Ah, que saudade que eu tenho da aurora da minha vida, da minha infância querida, que os anos não trazem mais".

Casimiro de Abreu

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