"Hoje é dia de Santo Reis!" 28 de setembro. 70 anos de Tim Maia do Brasil



A música acima, "Réu Confesso", é do ano de 1973, quando Tim lançava seu "Tim Maia vol. 4", que também trazia um dos maiores hits de sua carreira, "Gostava Tanto de Você".

"Réu Confesso" é um explícito pedido de desculpas de Tim para uma namorada sua, Janete. Neste época (1969), Tim morava no apartamento de seu empresário, Glauco Timóteo, e apesar de várias garotas 'entrarem e sairem' do 'ap', a vida amorosa de Tim estava mais parada que repartição pública no Natal. Nessa época de dureza, sozinho, devido às viagens de seu empresário, Tim compôs uma música inspirado num poster colorido de uma morena, nua contra o mar azul do Taiti:

"Ah, se o mundo inteiro me pudesse ouvir
tenho muito pra contar, dizer que aprendi,
que na vida a gente tem que entender,
que um nasce pra sofrer, enquanto o outro ri"

"Azul da Cor do Mar", é uma das grandes canções de Tim, e refletiu o momento de tristeza e solidão que o astro passava naqueles tempos de AI-5. Uma daquelas garotas que frequentavam o apartamento de Gluco era Janete, com quem, já famoso por conta do grande sucesso de seu primeiro LP, Tim teve uma tórrida e conturbada relação amorosa. Eram tantas e tantas as brigas que uma delas foi parar em uma delegacia do Rio. Sorte para o velho Tim, que ainda não existia a "Maria da Penha" para esses casos. Tim reconhecia que os motivos das brigas e do final do romance era devido, em sua maior parte, ao seu temperamento, digamos, imprevisível e inconsequente. "Réu Confesso" refletia isso.

Um tempo depois conheceu uma garota chamada Geisa, uma moreninha de 17 anos, que parece ter sido a grande paixão da vida de Tim Maia. Tim foi abandonado por Geisa, que voltou grávida de um goleiro de Campos, interior do Rio, que se disse solteiro, sendo casado. Ela a aceitou e criou o filho como se fosse seu. Deu o nome de Márcio Leonardo, e também acabou por engravidar Geisa, tendo outro filho em 1975, Telmo. Três meses depois do nascimento do filho, Geisa novamente abandona Tim e volta para os braços de seu goleiro, levando Léo.

Além das paixões, outra atração que preenche - e muito bem - a biografia de Tim, escrita por Nelson Motta, eram as aventuras acontecidas sobre quatro rodas envolvendo o rei da soul music brasileira. Como uma vivida com o heróico Fusca 1966, apelidado de "Perereca". Era o ano de 1975 e Tim havia comprado o carro para facilitar o transporte da banda. O 'motorista' não tinha CNH e, muito menos, "Perereca" documentos. O documento apresentado por Zé Maurício quando abordado por policiais em Copacabana, foi a capa de um dos discos de Tim Maia do Brasil. Mas só a capa mesmo. "Depois o senhor passa no estúdio pra pegar o disco", foi a idéia dada pelo 'síndico', e que safou Zé Maurício de uma multa e da apreensão do veículo, se assim se podia chamar "Perereca". O fusquinha 66 acabou pegando fogo com Tim ao volante, pois nunca o motor do coitado tinha visto uma troca de óleo ou lubrificação.

Outra passagem - esta mais louca ainda - foi com uma Brasília 1976, zerada, que Tim havia acabada de comprar. Como só estava com a nota fiscal do veículo, acabou 'dando linha' e dizendo 'pros polícia': "então fica com o carro pra você, mermão!" Tim 'se picou', com medo de um "fragoroso", pois estava com a cueca entupida de maconha. Mais tarde dava na tv que a polícia estava atrás de Tim Maia para lhe entregar o carro que ele havia deixado com os policiais. De agrado, sem 'papel', deu mais uma capa aos 'polícia', lógico, vazio, que saíram felizes da vida.

E tantas outas histórias, como a de um carro que ele comprou em uma agência e logo depois o carro batia o motor, por falta de água no radiador, xingando o dono da loja de tudo que é nome, a de uma Brasinca que ele comprou em cash, sem apresentar o espelho do imposto de renda: "que mané espelho, mermão? Eu quero levar agora!"

E fora a quantidade de processos a que Tim respondia. Mas isso é assunto pra amanhã.

Aqui, mais um clássico de um LP, também clássico, Tim Maia Disco Club, de 1978, reverenciado a onda disco, que tomou conta do mundo e do Brasil no final dos anos 70. A música, "Acenda o Farol".

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