Reportagem da Veja coloca Lula em situação delicada

Assunto que dominou as conversas - e as tribunas - nesta tarde de segunda-feira, em Brasília, foi a tentativa em manipular os ministros do Supremo, inclusive seu presidente, articulada pelo ex-presidente Lula, em relação ao processo do mensalão, que deve ser julgado pelo STF neste mês de junho.

Os quatro ministros seriam abordados por Lula através de ex-integrantes de seu governo. Gilmar, que de todos, foi o único que efetivamente conversou com o ex-presidente, ouviu deste a seguinte argumentação: "É inconveniente julgar esse processo agora". Lula chegou até Gilmar Mendes por meio de seu ex-ministro da justiça, Nelson Jobim. A reunião aconteceu no escritório deste. Lula teria negociado com o ministro Mendes a blindagem do mesmo na CPI de Cachoeira, que aponta o ministro do STF como beneficiário de uma suposta viagem para a Alemanha, junto com Demóstenes Torres, paga por empresas de Cachoeira. À certa altura, Gilmar teria dito para Lula: "Vá fundo na CPI"

Para chegar até Carmen Lúcia, Lula usaria o também ex-presidente do Supremo, Sepúlveda Pertence, que foi padrinho político de Lúcia. Em relação a Lúcia, Lula teria dito: "Vou pedir ao Pertence para cuidar dela".

Já para abordar o atual presidente da Casa, o ministro Carlos Ayres Britto, Lula iria até o jurista e um dos maiores autores de direito administrativo, Celso Antônio Bandeira de Mello, padrinho de indicação do presidente. Britto revelou a Gilmar Mendes que Lula, em um jantar promovido pela presidente Dilma, teria perguntado ao ministro Britto como estava "Bandeirinha" e que os três iriam tomar um vinho juntos, numa referência a Celso Antônio.


Menor dificuldade teria Lula com José Dias Toffoli. Além de Advogado-Geral da União de seu governo, Toffoli foi advogado de três campanhas de Lula: 1998, 2002 e 2006. O recado de Lula a Toffoli foi dado: "Toffoli tem que participar do julgamento". Isto porque a participação do ministro é ainda uma grande dúvida. Não bastasse sua própria ligação com o Partido dos Trabalhadores, a atual companheira de Toffoli, a advogada Roberta Rangel, é defensora três mensaleiros, entre eles, o ex-ministro José Dirceu.

Dos 11 integrantes da Suprema Corte, 6 foram indicados por Lula: Cezar Peluso, Ayres Britto, Carmen Lúcia, Ricardo Lewandowski, revisor do processo do mensalão, Joaquim Barbosa, relator do processo e Dias Toffoli.E 'nego' ainda acredita nessa balela de que os poderes são harmônicos e independentes entre si.

Com informações da Veja

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