4 meses após a morte, professor é enterrado
Morto em circunstâncias ainda não totalmente esclarecidas, chega da Argentina o corpo do professor da UEFS, Kleber Leitão.
O professor, ex-diretor da Guarda Municipal de Itabuna e ex-diretor da Penitenciária Lemos de Brito, estava fazendo doutorado na Argentina, quando foi acometido por um mal súbito. A morte do professor ocorreu em 30 de julho e a chegada do corpo no Aeroporto de Salvador está prevista para o meio-dia de amanhã.
Uma possível ajuda financeira da universidade a qual o professor ensinava foi cogitada. Mas, não passou de cogitação mesmo. Toda a despesa de cerca de 20 mil dólares, gastos com a liberação e o translado do corpo de Kleber Leitão foram arcados pela família.
O enterro do ex-professor, colega e orador da turma 97.2 da UESC, a qual também pertenceu este humilde blogueiro, está marcado para às 17hs deste sábado, no Jardim da Saudade, na capital baiana.
O professor, ex-diretor da Guarda Municipal de Itabuna e ex-diretor da Penitenciária Lemos de Brito, estava fazendo doutorado na Argentina, quando foi acometido por um mal súbito. A morte do professor ocorreu em 30 de julho e a chegada do corpo no Aeroporto de Salvador está prevista para o meio-dia de amanhã.
Uma possível ajuda financeira da universidade a qual o professor ensinava foi cogitada. Mas, não passou de cogitação mesmo. Toda a despesa de cerca de 20 mil dólares, gastos com a liberação e o translado do corpo de Kleber Leitão foram arcados pela família.
O enterro do ex-professor, colega e orador da turma 97.2 da UESC, a qual também pertenceu este humilde blogueiro, está marcado para às 17hs deste sábado, no Jardim da Saudade, na capital baiana.
Saudades do Prof. Kléber Leitão
ResponderExcluirEstava em sala de aula, nesta última quinta-feira, dia 04 de agosto quando em conversa com alunos de TCC, disciplina que ministro no Curso de Direito da Faculdade São Salvador, quando iindiquei a dissertação de mestrado do prof. Kléber Leitão como fonte bibliográfica para um aluno da graduação. Foi naquele momento que referi-me ao prof. Kléber como ex-professor e meu amigo e que, por sinal, nunca mais o havia visto ou falado com o mesmo no msn, como de costume. Foi aí que me veio a infeliz surpresa. Os alunos do 10º semestre, então me perguntaram: "não foi ele quem morreu na Argentina ?" "Ele também foi nosso professor", afirmou a turma. A princípio, retruquei a informação, considerando-a tão absurda quanto a minha falta de informação a respeito do referido professor. Mas era verdade, todos sabiam, menos eu. Kléber havia, de fato, morrido e eu não fiquei sabendo.
Lembro-me que naquele período cheguei a falar com ele enquanto estava na Argentina. Justamente por aqueles dias. Seu silêncio repentino, porém, me incomodou mas não me dei conta de sua ausência pois minha vida laboriosa no magistério me ocupou de tal maneira que nem a jornais locais eu me dava ao "luxo" de ler. Os noticiários locais não pegam em minha TV que raramente é ligada, em razão de outras prioridades.
Assim, somente um ano e quatro dias após a sua morte é que fiquei sabendo da partida do mestre Kléber Leitão. Figura vista por muitos como polêmica por sua visão holística do Direito e formação sociológica diversa da concepção positivada do Direito.
Para aqueles que o conheciam de perto tratou-se de uma perda significativa não só por ser ele, o ser humano especial que era, mas também, enquanto operador do Direito que via o Direito para além e aquem dos Tribunais. Era um apaixonado por Durkheim. Respirava e transpirava as teses durkheimianas e fazia os também apaixonados da teoria social, a se debruçarem em suas leituras.
Desejamos descanso ao seu espírito com a certeza de que sua existência não foi medíocre, e não foi mais um, dentre tantos operadores do Direito que não conseguem ver além de seus narizes.
Encontramo-nos fisicamente na porta da faculdade, quando eu estava no último semestre do Curso de Direito. Encontrei-no comendo um salgado, daqueles que se vende nas portas das faculdades, pelos ambulantes que por ali ficam a vender tais iguarias.
Cumprimentei-o e conversamos um pouco, dizendo-lhe que eu havia concluído o meu mestrado em História naquele ano de 2007, juntamente com a defesa de monografia do Curso de Direito.
Foi nosso último encontro casual com promessa de nos vermos mais uma vez.
Hoje, perplexo com sua morte, não por ela em si, mas por sua forma prematura e nas circunstâncias com que ocorrera, deixo meu solidário comentário aos amigos do querido mestre, colega e amigo Kléber Leitão.
Fica aqui a minha singela homeagem ao prof. Kléber, em gratidão às suas provocações em sala e às causas que nos moviam.