Tem Jazz e tem Elis


Pra você que está com as contas, como diria um amigo meu, "em dias" e não é lá muito fã do ritmo musical - se é que se pode chamar assim - capitaneado por Silvano Salles, Nara Costa e Pablo do Arrocha, três boxes chegam ao mercado neste começo de 2012.

O primeiro traz o trabalho com os vinte maiores artistas de jazz do século XX. De Glenn Miller, Sarah Vaughan e Dizzy Gillespie, ao considerado o maior, e autor do melhor disco de jazz de todos os tempos: Miles Davis e o seu premiadíssimo "Kind of Blue". Além dos cds trazendo o auge criativo de cada artista, o box ainda traz a vida e obra com ilustrações de cada um deles. Quem gosta ou quer conhecer um pouco mais de jazz, esta é uma oportunidade das boas.

Os outros dois boxes trazem o trabalho da maior cantora do Brasil, nos anos 60 e 70, Elis Regina, para comemorar os 30 anos de morte da cantora. São 21 álbuns gravados por Elis ainda quando estava na Universal, além de três compilações contendo faixas registradas em compactos e em trabalhos de outros artistas. O box trazendo o trabalho de Elis nos anos 70 revela um repertório impecável, além de ter consagrado o talento de compositores como Tim Maia, Fagner e Belchior. E pra isso Elis tinha faro.

Sua forte ligação com Milton Nascimento, Edu Lobo, Ivan Lins, João Bosco e Gilberto Gil foi além de meramente revelá-los. Elis não fazia por menos e tornou-se a maior intérprete de cada um deles em diversas fases. Cada gravação é um marco, desde Reza (Edu Lobo/Ruy Guerra), a faixa de abertura do primeiro álbum desse período (Samba Eu Canto Assim, 1965).

Roda e Lunik 9, ambas de Gil, e Canção do Sal (Milton) no álbum seguinte, Elis (1966); Madalena (Ivan), de Ela... (1971); Bala com Bala (Bosco e Blanc), de Elis (1972); e tantas outras deles e de outros de sua geração. "Elis, antes de tudo, era muito segura nas suas escolhas", diz Armando Pittigliani, produtor de quatro discos dela. "Sua obsessão maior era provar que era a maior cantora do Brasil, com opção de isso se estender por todo o planeta. E isso ela não escondia de ninguém."

O melhor dos dois boxes: Elis anos 70

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